domingo, 30 de janeiro de 2011

Música Poética

O projeto Música Poética do talentoso Anand Rao, tem nos brindado com o que há de melhor no meio cultural em Brasília. Quarta-feira, dia 24, tivemos o prazer de prestigiar mais um evento no Café com Letras. Os poemas de Paulo Nascentes, Sandra fayad e Vânia Diniz , musicados por Anand, abrilhantaram a noite. O Sindescritores apóia e prestigia os eventos.
A poeta, escritora e humanista Vânia Diniz
O músico Anand Rao e o poeta Paulo Nascentes
Madge e eu não poderíamos faltar. Nós e a amada Vânia Diniz.

Poema de Vânia Diniz
Vazio...
Contemplo a minha volta e nada vejo
não enxergo,
tudo parece um grande mistério e rezo,
sem entender os segredos que preservo,
e conservo,
dentro do
meu coração tão vazio.

Não encontro ressonância e me distancio,
não acho a real certeza e me afasto,
não vejo a luz que direciona e me aparto,
como se nada conhecesse e me arredo.
 Sinto a leveza, tento pegar e não consigo,
pressinto a bondade e me aproximo,
não alcanço a sua extensão e choro,
e procuro o ideal que já não creio.
As cores não são do extenso universo,
as dores perduram e triste lamento,
a frieza que se esconde no retiro
de ilusões em que me escondo.

Não quero sentir a saudade do encontro,
das lembranças ocultas atrás  do muro,do sonho sempre e sempre revivido
e do passado que se foi no escuro.

Só a nostalgia perene eu vislumbro,
sensação de terna loucura e vazio,
efusões sepultadas no reencontro,
coração para sempre machucado.
 Ando, e me concentro,
caminho,
o passo é lento,
inseguro
e encontro o vazio.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Encontro Cultural

Em plena segunda-feira, dia 24/01, o Armazém do Ferreira não poderia imaginar que seria tomado pela Cultura. O produtor Cultural Alê Barreto juntou seus alunos e amigos para um encontro. Segue a foto histórica enviada pelo amigo Fabrício Ofuji, produtor da banda Móveis Coloniais de Acaju.
Eu, Madge, Alê Barreto, Nina Puglia, Fabrício Ofuji e uma turma pra lá de antenada. 

Parceria com a Embaixada da Venezuela

O encontro das diretoras culturais do Sindescritores com o Adido Cultural da Embaixada Bolivariana da Venezuela, Sr. Amarú Villegas, foi perfeito. Uma nova parceria foi formada. Teremos para eventos culturais o lindo espaço da Embaixada. Em breve, o presidente do Sindescritores visitará a Embaixada e selará a parceria.

Este ano será comemorado o Bicentenário da Declaração da República.
Eu e o Adido Cultural Amarú Villegas

Madge e o Sr. Amarú Villegas

Curso - Captação de Recursos

E mais um curso oferecido pela Mirella Malta:
Curso de Elaboração de Projetos Sociais, Ambientais e Culturais - Com Rejane Pieratti. CDT - UNB

Parceiros

Sindescritores

A presidência e a diretoria do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal* se reuniram no dia 08 de janeiro para aprovação do novo Estatuto e posse dos novos diretores.

O presidente Elias Daher e o Diretor Judivan J. Vieira

Elias Daher Júnior é um escritor brasiliense de 45 anos, Economista e Professor Universitário. Atualmente preside o Sindicato dos Escritores do Distrito Federal, e há 20 anos trabalha com Recursos Humanos e relacionamentos interpessoais. Tem dois livros publicados: "diGestão de Competências" e "Sucesso em Vendas", além dos vários editados pela Protexto. [Fonte Editora Protexto]

Judivan J. Vieira - Escritor. Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela UMSA/Buenos Aires; Pós-Graduado em Política e Estratégia pela ADESG/UNB; Procurador Federal; Ex-professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal das Faculdades Integradas do Planalto Central; Professor no Instituto Processus em Brasília; Criador do www.projud.com.br

*Primeira entidade sindical de escritores do Brasil, efetivada em abril de 1979. O Sindicato dos Escritores do Distrito Federal completa 31 anos de atuação cultural em nossa cidade.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A Pedagogia do Verso

Entrevista com meu amigo e autor Fernando Freire
"Quem lê poesia entende qualquer texto", diz Fernando Freire, 45 anos, diretor do Centro de Ensino Fundamental nº 8 do Gama.
A frase citada pelo diretor é dita pela atriz Michelle Pfeiffer no filme Mentes Perigosas. Na ficção, a bela interpreta uma professora às voltas com alunos desinteressados pelo estudo. O mesmo pensamento também serviu de inspiração para Fernando. Formado em História e poeta há mais de 20 anos, ele acredita no perfil multidisciplinar da poesia. Seu maior desejo é desmistificar essa arte e aproximá-la da vida dos cerca de mil alunos que frequentam o colégio.

Atento a outras iniciativas — como a valorização do rap como expressão poética em escolas de São Paulo —, o diretor propôs um novo projeto. No ano passado, graças a uma verba do Ministério da Educação, a escola editou a primeira edição do livro Eu conto, tu versas. O livro reúne poesias e contos de 70 alunos de 5ª a 8ª séries com o objetivo de “desenvolver a autoestima deles e mostrar que eles também são capazes de produzir”, destaca Fernando. Maria Luiza Vietes Pedrosa, 13, Juliana Monteiro, 14, e Natália Oasis, 15, tiveram textos selecionados para a publicação e deram autógrafos na noite de lançamento, em novembro último.

Orgulhosas do resultado, as três estudantes defendem que a poesia não é algo inalcançável e restrito a poucos. “Dá para ver poesia em tudo, até em coisas que não têm nada a ver. Vejo poesia na escola, em casa, com meus amigos. De tudo podemos tirar poesia”, exalta Juliana. Maria Luiza confessa que é fã da prosa poética de Clarice Lispector, enquanto Natália gosta das letras de música do ex-Titãs Nando Reis.

Esse encantamento das alunas é comum a muitos adolescentes, segundo a poeta Marina Colasanti. “Quando os hormônios galopam e surgem os primeiros amores, a ligação com a poesia pode ser muito intensa.” No entanto, para que esse laço exista, a escritora pondera: “É preciso ter sido apresentado — e bem apresentado — a ela. Daí a responsabilidade dos adultos, que podem mediar esse encontro.”

Ciente da importância da poesia nessa fase de vida e do papel da escola na formação dos jovens, Fernando sonha com outras edições do Eu conto, tu versas. “Lembro-me de uma música do grupo de rap Facção Central que questiona: ‘Quantos Drummonds na maca de alumínio?’ Ou seja, quantas pessoas com potencial ficam alijadas de um futuro, em decorrência da situação econômica? Cabe à escola não só passar conteúdo. Ela pode alavancar ou atravancar a vida de uma pessoa”, alerta.

Maria Luiza, Juliana Monteiro e Natália acabaram de se formar no ensino fundamental e levam a poesia na mochila. Maria Luiza pensa em cursar relações internacionais e Natália, publicidade. Juliana ainda tem dúvida quanto à carreira, mas gostaria de ser escritora. “Só sei que vou continuar escrevendo porque acho que entendo um pouco mais de mim ao colocar uma história no papel”, diz a jovem.



Leia um trecho do livro Eu conto, tu versas
Mar
(Amanda Xavier da Silva, 5ª B)

O mar corre
Corre o mar
Junto das águas
No rio Paranoá

Dia e noite
Corre o mar
Vai correndo
Com vontade de voar

Mas não voa
Nem sequer sai do chão
Somente sai correndo
Feito um fugitivo ladrão


O Futebol
(Gabriel Skolymowisk, 5ª B)
O país do futebol
É um país de adoração
Todo mundo torcendo
Pra ganhar o bolão

Várias pessoas
Se reunindo nesses tempos
Umas vêem o primeiro
E outras o segundo

O primeiro não pode ser bom
Mas o segundo é fascinante
O momento que a bola entra
É mágico e brilhante

Muita comida no estádio
Torcedores com suas bandeiras
Torcendo para os seus times
São Paulo, Flamengo, Palmeiras
O futebol contagia
Com muita alegria
Paz no coração e muita harmonia

Amo-te, Brasília

(Gabriel Matos Cruz, 8ª B)
Devo dizer: amo-te Brasília
Aprendi a amar minha cidade
A cada momento, a cada minuto

Não estava aqui quando inaugurada
Agora que me acolheu,
Sei que é mãe, pai, tia...

É uma família que você adotou!!!
Adotaste, também, tantos outros
que aqui chegaram

Você já tem 50...
Maravilhosa é você
Adotaste a nação inteira!
E verdadeiramente quero dizer
Amo-te, Brasília!

[Matéria de Maria Júlia Lledó para a Revista do Correio - Foto: Correio Braziliense]